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Big Data no Mercado: A Nova Fronteira dos Investimentos

Big Data no Mercado: A Nova Fronteira dos Investimentos

28/09/2025 - 04:05
Maryella Faratro
Big Data no Mercado: A Nova Fronteira dos Investimentos

Nos últimos anos, o Big Data deixou de ser apenas uma tendência no universo corporativo e se consolidou como um dos pilares estratégicos dos investimentos corporativos. No Brasil e no mundo, setores como bancos, fintechs, agronegócio, energia, varejo e imóveis estão redesenhando suas cadeias produtivas, impulsionados pela explosão da inteligência artificial (IA) e pela necessidade de análise de grandes volumes de dados.

Esse movimento não apenas otimiza processos, mas também cria novas frentes de monetização, abrindo espaço para investidores visionários e gestores que buscam inovação em setores tradicionais. A competitividade agora passa pelo domínio de insights em tempo real e pela capacidade de traduzir informações em valor tangible.

Panorama Geral

Segundo a Febraban/Deloitte, o orçamento de TI dos bancos brasileiros alcançou R$ 47,8 bilhões em 2025, um aumento de 13% em relação a 2024. Em cinco anos, esse recurso assinalou um crescimento acumulado de 58,4%. A migração para a nuvem, o investimento em IA Generativa e em ferramentas de analytics cresceram 61%, enquanto a segurança de dados e a eficiência operacional se tornaram pilares centrais das estratégias.

Globalmente, a McKinsey projeta US$ 6,7 trilhões em investimentos em data centers até 2030, dos quais US$ 5,2 trilhões são destinados a suportar cargas de IA de alta demanda. Esses números revelam uma transição profunda: a infraestrutura de TI deixou de ser simplesmente um custo para se tornar um ativo gerador de valor.

Setores em Destaque

Bancos e Finanças: a adoção de soluções de Big Data proporciona redução de custos e ganho de eficiência, reforçou a segurança das transações em 63% e elevou a personalização de serviços em 47%. O Pix e o Open Finance estão entre os projetos regulatórios que mais atraem investimentos, com aumentos de 48% e 65%, respectivamente.

Startups e Ecossistema de Inovação: em 2024, as fintechs receberam 38% de R$ 13,9 bilhões investidos em 366 transações, um crescimento de 50% sobre 2023. Energias renováveis, plataformas imobiliárias e soluções de agronegócio baseadas em sensoriamento remoto e IA ganham destaque, reforçando parcerias com provedores nacionais de nuvem.

Mercado de Capitais: entre 2025 e 2026, alocou-se US$ 244 bilhões em tecnologia, US$ 21 bilhões a mais que no biênio anterior. As prioridades incluem gestão de riscos, compliance e dados de qualidade para serem eficazes. Entretanto, o desafio “garbage in, garbage out” reforça a importância de pipelines limpos e bem estruturados.

Data Centers e Infraestrutura: o Brasil ainda enfrenta gargalos regulatórios e logísticos que retardam a expansão de hubs locais. A maior parte dos investimentos em IA no país vem de gigantes internacionais como Amazon, Google e Microsoft, mas há oportunidades claras para players nacionais que investirem em infraestrutura robusta e energia disponível.

  • Bancos e Finanças
  • Startups e Ecossistema de Inovação
  • Mercado de Capitais
  • Data Centers e Infraestrutura

Tecnologias-Chave

A convergência entre IA, computação em nuvem e analytics viabiliza monetização de dados em escala, transformando relatórios estáticos em dashboards preditivos. Ferramentas como Power BI, automação de dashboards e plataformas de análise preditiva são essenciais para quem busca soluções de Big Data e IA alinhadas a objetivos de negócio.

  • Inteligência Artificial e IA Generativa
  • Computação em nuvem e migração escalável
  • Big Data e Analytics em tempo real
  • Ferramentas ESG baseadas em dados

Desafios e Oportunidades

Apesar do potencial, organizações ainda enfrentam entraves para extrair todo valor das bases de dados:

  • Qualidade dos dados: pipelines mal projetados geram inconsistências.
  • Segurança cibernética e compliance: riscos crescentes demandam robustez.
  • Infraestrutura física: necessidade de energia e refrigeração adequadas.
  • Gargalos regulatórios: licenciamento e logística para data centers.

Por outro lado, o cenário apresenta várias portas abertas para inovação:

• Monetização de dados em modelos de assinatura e serviços analíticos.
• Parcerias estratégicas com provedores nacionais de nuvem.
• Desenvolvimento de soluções orientadas a ESG para atrair investidores conscientes.
• Aplicação de IA para automação de processos críticos em setores consolidados.

Citações e Depoimentos

Rodrigo Mulinari (Febraban/Deloitte) destaca que “os investimentos contínuos em tecnologia mostram o papel do setor bancário como impulsionador da inovação no país”, ressaltando a importância de manter o ritmo de adoção de novas ferramentas.

Henrique Lara (Reach Capital) afirma que “a IA representa um salto de produtividade muito grande. E, em data center, é mais interessante tê-lo localizado perto do consumidor, com energia disponível e acesso às GPUs”, evidenciando a sinergia entre proximidade e desempenho.

Conclusão

O Big Data se consolida como o motor da inovação e da competitividade, redefinindo processos, reduzindo custos e abrindo caminho para novas oportunidades de monetização. Investidores e gestores que compreenderem essa dinâmica estarão à frente, preparados para enfrentar desafios e aproveitar o potencial transformador dessa nova fronteira.

Ao apostar em estratégias de dados bem estruturadas e em tecnologias emergentes, o Brasil pode assumir uma posição de liderança global, promovendo crescimento sustentável e criando valor de forma contínua.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro