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Dados Estruturados e Não Estruturados: Impacto no Mercado Financeiro

Dados Estruturados e Não Estruturados: Impacto no Mercado Financeiro

12/10/2025 - 08:13
Robert Ruan
Dados Estruturados e Não Estruturados: Impacto no Mercado Financeiro

Em um universo movido a informação, compreender o papel dos dados estruturados e não estruturados é essencial para moldar estratégias financeiras vencedoras.

Definições Fundamentais

Dados estruturados são, por excelência, informações organizadas em formato padronizado. Geralmente armazenados em bancos de dados relacionais (SQL), apresentam-se em tabelas com linhas e colunas, facilitando consultas, relatórios e auditorias.

Por outro lado, dados não estruturados englobam textos livres, PDFs, vídeos, imagens, áudios, e-mails e interações em redes sociais. Esse volume massivo de informação exige ferramentas avançadas para análise e costuma residir em data lakes ou bancos NoSQL.

Crescimento e Volume de Dados

O ritmo de geração de informação atingiu patamares sem precedentes. Hoje, estima-se que de 80% a 90% dos dados sejam não estruturados, segundo relatórios do IDC.

Em 2024, a humanidade produzirá mais de 149 zettabytes de dados. A maior parte desses arquivos e registros sem formato padronizado desafiará empresas a criar infraestruturas escaláveis de armazenamento e processamento.

Emprego no Mercado Financeiro

O setor financeiro depende de ambos os tipos de dados para manter competitividade, conformidade e inovação.

  • Monitoramento de despesas e fluxos de caixa em tempo real, relatórios financeiros e auditoria.
  • Gestão de risco tradicional, garantindo conformidade regulatória e controles internos eficientes.
  • Modelos preditivos para projeções de receitas e alocação de capital.
  • Prevenção à fraude e análise de risco usando big data e IA.
  • Análise de sentimento do mercado com Processamento de Linguagem Natural, redes sociais e notícias.
  • Personalização de produtos e serviços com base em opiniões e feedbacks dos clientes.
  • Extração de métricas ESG de relatórios e documentos oficiais.
  • Automação de processos documentais, reduzindo em até 80% o tempo de processamento.

Tecnologias e Ferramentas Envolvidas

Para lidar com esse dualismo de dados, as instituições financeiras investem em arquitetura robusta e plataformas analíticas avançadas.

  • Bancos de dados SQL para armazenar dados estruturados de forma confiável.
  • NoSQL e data lakes para dados não estruturados, garantindo flexibilidade.
  • Machine Learning e IA generativa para classification, prediction e automação.
  • Processamento de Linguagem Natural (PLN) para extrair insights de textos livres.
  • Reconhecimento de imagem e vídeo para monitorar ativos e eventos de mercado.
  • Análise em tempo real com plataformas de streaming para detecção imediata de anomalias.

Desafios e Riscos

Apesar dos ganhos potenciais, a jornada é repleta de obstáculos. A complexidade na extração de valor de dados não estruturados demanda equipes altamente qualificadas e ferramentas especializadas.

Há também o fator segurança: vazamentos de informações sensíveis podem gerar multas bilionárias e danos à reputação. A LGPD no Brasil e o GDPR na Europa impõem rígidos requisitos de consentimento e tratamento de dados.

Modelos de IA podem reproduzir vieses existentes, resultando em decisões equivocadas e riscos legais. Além disso, lacunas nos dados – como na métrica Scope 3 de emissões ESG – evidenciam a dificuldade de consolidar informações de diversas fontes.

Impacto Econômico e Operacional

Segundo estimativas, US$ 2,6 a US$ 4,4 trilhões por ano poderão ser adicionados à economia global graças à IA generativa aplicada à otimização de processos e criação de novos produtos.

No mercado financeiro, a integração de big data e analytics já gerou redução significativa de fraudes, inadimplência e custos operacionais. Investidores e gestores obtêm maior precisão em portfólios e personalização de ofertas.

Tendências e Futuro no Mercado Financeiro

O volume de dados não estruturados continuará crescendo de forma exponencial, levando a novos investimentos em infraestrutura de nuvem e compliance digital. As instituições médicas do setor discutem hoje sandbox regulatórios para testar inovações sem riscos legais imediatos.

O uso de IA generativa em bancos deverá se expandir, automatizando relatórios, verificando conformidades e apoiando decisões estratégicas em fração de segundos. Ferramentas avançadas de auditoria ambiental, usando imagens de satélite, reforçarão métricas ESG em tempo real.

Em síntese, a sinergia entre dados estruturados e não estruturados representa o alicerce de uma revolução financeira. Aqueles que investirem em tecnologia, governança e talento humano estarão preparados para liderar um mercado cada vez mais complexo e dinâmico.

Ao abraçar essa transformação, instituições e profissionais podem não apenas sobreviver às mudanças, mas prosperar, oferecendo serviços financeiros mais seguros, personalizados e eficientes.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

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